Violência

Pai que matou filha por 'correção' saiu da UFF após ser reprovado

Ilias Olachegoun foi desligado da universidade em 2020

Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, foi preso acusado pelo homicídio
Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, foi preso acusado pelo homicídio |  Foto: Reprodução

Preso acusado de matar a filha por uma suposta "correção", Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, foi desligado do curso de Engenharia de Petróleo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), após duas reprovações. 

Conforme o Sistema de Transparência da UFF, consultado pelo ENFOCO, nesta terça-feira (12), Ilias ingressou na Instituição em 2015. No site, consta desvinculação em 2019, após reprovações no período.

Leia+: Menina morta pelo pai era aluna de escola pública em Niterói

Leia+: Pai espancou menina até a morte em Niterói por conta de estudos

Leia+: Criança de 8 anos é encontrada morta dentro de casa em Niterói

"O ex-estudante em questão foi desligado da universidade em janeiro de 2020 devido a duas reprovações ocorridas nos anos anteriores. Portanto, ele não apresenta vínculos com a universidade desde este período, inclusive estágio", enfatizou a UFF, por meio de nota.

Tortura

A Polícia Civil classificou a morte da pequena Aoulath Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, como tortura. A menina foi espancada com golpes de cinto.

Há indícios de que as agressões cometidas por Ilias, contra a menor, já ocorriam há um tempo, segundo afirmou o delegado Willians Batista, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói.

"O que nós temos é que ele, claramente, agrediu a filha diversas vezes. Eu posso dizer que em dez anos trabalhando como homicídio, nunca tinha visto aquela intensidade de lesões. Haviam lesões espalhadas pelo corpo inteiro dela. Conseguimos confirmar com o perito legista que não foram apenas lesões ocorridas no dia de ontem, o que indica que ela já havia sofrendo esse tipo de tortura", disse.

Versões

De acordo com o delegado, o pai não confessou o crime, mas testemunhas relataram duas versões dele.

"A primeira foi que a menina teria furtado alguma coisa na escola, e o fato foi comunicado por uma professora e ele teria corrigido a filha. Já para um médico do Samu, disse que havia agredido um pouco a filha, mas não é o que mostra o laudo. O que aconteceu não foi uma correção, foi uma prática de tortura", afirmou o delegado Willians Batista.

Ferimentos graves

A polícia afirma que a criança tinha ferimentos de ação contudentes nas costas, no tórax, nos braços e no rosto. No local, eles encontraram um cinto, que teria sido usado para espancar a criança.

Ilias foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura, por ascendente, e contra menor de 14 anos.

< Padrasto da cantora Ludmila é acusado de agressão em boate Pai que matou filha em Niterói é levado para presídio em Benfica <